PSD e PS DE ALCÂNTARA ORGANIZARAM UM ACTO DE TOMADA DE POSSE DA ASSEMBLEIA DE FREGUESIA FRIA E DISTANTE DAS PESSOAS

Tomaram posse os 13 eleitos da Assembleia de Freguesia de Alcântara no passado dia 4 de Novembro, tendo sido eleito nessa noite o executivo da Junta de Freguesia. Muitos estavam curiosos para verem qual a proposta de formação do executivo que iria ser apresentada. O PSD deixou para trás o PCP, força que afinal lhes deu a mão no mandato anterior ao terem feito um acordo que permitiu ao PSD ter 2 elementos no Executivo e terem a Presidência da Assembleia na pessoa da senhora que afinal vai continuar como Presidente, mas desta feita do Executivo. A política tem destas coisas. E afinal o PSD acordou com o PS e lá dividiram os lugares: No executivo 3 do PSD e 2 do PS e como contrapartida o cabeça de lista do PS ficou com a Presidência da Assembleia de Freguesia, com 2 secretários do PSD

Pela nossa parte e na minha função de representante da lista do BE, na Assembleia de Freguesia votei contra este Executivo, pois para este ser representativo deveria ter integrado algum membro da CDU, que afinal foi a segunda força politica mais votada. Curiosamente, o PS em outras circunstâncias no passado também defendeu esta postura, mas mostraram aqui a sua incoerência. Mesmo que seja por más atitudes de alguns elementos da CDU, se o PS queria ser credível e coerente, deveria pelo menos ter equacionado um executivo em que as 3 forças politicas ficassem representadas. Mas sobre esta possibilidade não se ouviu uma palavra. Nem para justificar fosse o que fosse. Estava tudo decidido e limitaram-se a dar-nos os boletins para votar.

A vida vai dizer-nos como se vai comportar este “casamento”.

Relativamente à Mesa da Assembleia de Freguesia e pelas funções não executivas e de moderação da mesma, abstive-me na votação da proposta.

Assim, o Executivo foi aprovado com 8 votos a favor (PSD e PS) e 5 contra (CDU e BE). Já quanto à Mesa da AF a votação apenas se diferenciou pela nossa abstenção.

Não posso deixar de registar a excelente participação de cidadãos e cidadãs e de vários dirigentes associativos que estiveram presentes e ao mesmo tempo a contrastar com a forma fria como os Presidentes empossados da Mesa da Assembleia e da Junta dirigiram esta Assembleia.

Nem uma palavra de apreço pelas presenças ou de apelo à futura participação na vida da freguesia. Já nem refiro a completa indiferença pelos representantes das diversas forças políticas, a quem não foi dada qualquer possibilidade para se pronunciarem, contrariamente, ao que acontece em outras cerimónias de “tomada de posse”. Não precisamos de ir mais longe, na “tomada de posse” a que também, ainda pudemos assistir, na freguesia dos Prazeres, para além do uso da palavra para balanços e agradecimentos, até ao público foi permitida a liberdade de se pronunciar.

A de Alcântara foi uma Assembleia fria e distante. Como exemplo de início de mandato livre e democrático, deixou tudo a desejar...

Vamos pensar que foi resultado do nervosismo de quem chega ao poder e dele ainda tem medo (apesar da muita vontade de o ter) ou eventualmente de quem não gosta de ver “casa cheia” e toca a despachar. Será um tema a que voltaremos em sede de Assembleia, dado que o projecto autárquico da equipa “Alcântara em bloco!” faz questão de privilegiar, numa das linhas centrais do seu programa eleitoral, a necessidade de estimular e tudo fazer para garantir a participação popular e cívica nas reuniões das Assembleias de Freguesia e em todas as iniciativas que permitam esta participação.

Foi ainda apresentado um requerimento sobre um projecto que terá dado entrada na Câmara para uma construção, num terreno frente à Escola do 1º Ciclo do Jardim, que parece colocar em causa o futuro da Creche do Alto de Santo Amaro. Vamos estar, também, atentos a esta situação, pois sabemos que a ambição por alguns terrenos em Alcântara é grande, mesmo que tenha que se colocar em causa uma das poucas creches que funcionam na freguesia

Até breve.

Vitor Sarmento